Nina andou até ele. Gabriel esperou. Nina parou. Gabriel esperou.
  - Pare de me provocar. Ou...
 - Ou o que? Instigou ele chegando junto dela propositalmente. Já sei. Irá pedir para entrar na minha casa.
Nina escancarou a boca como rangendo os sentimentos aflorados. Sentimentos aflorados. Flores de espinhos que mortificam de desabrochar o brilho sinuoso daquele olhar. Nina tremia por dentro. Dentro e fora. Conquanto Gabriel desajeitado remexia em seu corpo. Nina quase tropeçou. Gabriel a segurou pela cintura com agilidade. Ambos sem quebrar a magia do olhar brilhante. Olho castanho contra olho verde. 
A chuva atiçava o que há outrora existia. Nina se aprumou ante o guarda -chuva. Guarda-chuva este de braços aquecidos de deleite. Nina instigava a partir. No entanto não tinha mais forças. Gabriel semi-cerrou os olhos. Nina assustada estagnou no ar da falta de respirar.
- Então? Indagou ele soprando seu pescoço adocicado de rosas. Nina arrepiou-se.
- Não quero... e Nem posso. Nina de nada compreendia o que se passava consigo. Gabriel de compreender assumia o controle desvairado.

Era desejo não era? Pensou Nina. Não podia passar disto. Eu prefiro. O que eu prefiro mesmo?
Diante daquilo, Nina entrelaçou seu dedo a nuca dele. Gabriel adormeceu os olhos. Nina obediente ao coração  em descompasso permeio por caminhos sinuosos.
E do nada o vento elevou o guarda-chuva para o alto. Das alturas Nina se aventurou por algo sem volta. De Gabriel, Nina com atitude veemente atirou-lhe um beijo. Primeiro adocicado e tolo. Conseguinte fervoroso e desejoso de latejar os pulsos. Gabriel entregue ao desconhecido apartou as costas de Nina com virilidade. Nina se apoiou pelos ombros dele.
E sem se importar com o mundo ao redor, Nina e Gabriel morreram da frustração.
Ambos ressuscitaram da verdade recôndita. Eles no fim se amaram. Amaram.
Molhados. Em beijos de amor molhado.  


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