Janaina escondeu sob os ombros o olhar. Ela estava no trabalho. O novo trabalho. A garota ruiva e salpicada de sardas constatou-se parada. O constatar de fitar alguem em especial.
Ele.
Havia mistério naquele homem? Havia um olhar penetrante, sedutor e irresistível. Ela estagnou em sentimentos profundos de atração.
- Oi, você é nova por aqui? Indagou ele com voz profusa.
- Sim. Descartou a coragem.
- Bem vinda. Leonardo. Estendera ele a mão.
- Janaina. Obrigada. Estendera ela o interesse.
Era só o começo.


Ela agiu por impulso. Ela foi até ele. No entanto, o ele de sair de escanteio. O ele de ser noivo. Mas era atração intensa, todavia ela se conformara. O conformar de tentar entender o porquê tentar. O tentar foi impulso ou capricho? O tentar foi preencher vazio ou saber respostas?


               A princesa de gelo havia chegado. Havia burburinho. O burburinho cessou imediatamente. Afrânia, infantil, engoliu a saliva de veneno e veredou a rebeldia. Afrânia havia chegado. Os amigos afastaram. Ela se afastou.
               Afrânia engolira muito sapo. Os sapos, por sua vez, agora alfinetavam a todos. Culpa dos outros que a fizera engolir sapos.
               Afrânia amava Breno. Breno que fora embora. Daí conhecera Otaviano. O conhecer de outra forma.
               Afinal, Otaviano era seu amigo. Assim como Amanda, Jessica a de gênio forte, Cícero e Otaviano.
             Um bando de amigos reunidos numa mesa.


                      Afrânia fitou os olhos dele. Ela sabia. Ele iria partir. Ela tinha vinte anos. Ele tinha 20 anos. Juntos tinham quarenta. Os quarenta de alma. Entretanto, haveria uma divisão. Cada qual para seu lado.
                      Afrânia, cabelo curto, inspirava pesado, algo formigava na boca do estomago. Era a saudade antecipada.
                    O sofrimento antecipado. Afrânia durante três meses agonizou as lembranças. Lembranças estas que roiam na sua mente.
                     Anos passaram, Afrânia cresceu mais um pouquinho e aí viu que tinha que seguir adiante.
                      Aquele era o problema. Afrânia não seguia adiante.