Para Verena. Minha irmã. Ela sabe do que se trata.


                 Estado dilacerado. Calmo. Transe. Torpor. Viajante. Ela esquadrinhava-se entre as ameias de paisagem. Paisagem de barcos e imensidão do mar. Segundos de se compreender. Segundos de pausa para si mesma. Andarilha em farrapos de descobertas. De descobertas de emendas da própria sorte. Lá no alto uma grande gaivota sombreava a morte. Morte de peixes. Com a morte o renascimento das cinzas. Ela se abraçou. A gaivota barulhenta deu o bote. Cardumes desprotegidos. Ela amenizou o horizonte. E sorriu. Da morte advém o renascimento. E naquele dia de solidão ela descobriu o novo eu. Eu do bote da gaivota. Matando a si mesma. Solidão.  


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