Ligou-se ao mar como o horizonte que despontava ao longe e cada vez que recobrava o fôlego numa tentativa inútil de alcançar o fim da linha, o horizonte  se afastava. A ansiedade era assim, pensava logo no fim da curva e não vivia o aqui e agora. A ansiedade que desencadeava ligações diretas com quem não desejava ficar. A ansiedade era culpada de tudo, coitada da ansiedade que esperneava, e ficou preguiçosa durante quatro anos e apagada diante das reais possibilidades.
Ansiedade essa idiota que apontava o dedo a todos, mas não desviava de si mesma, bem como resistia a qualquer probabilidade certa e percorria o que denotava como algo visceral, no entanto, o algo transmudava em efêmero, aventureiro e perigoso para o coração.
  Ansiedade enveredava por vontades dúbias, bem como prestar atenção ao que não deveria. Ansiedade nunca deu certeza de nada e nem tampouco ligava-se ao mar.
O horizonte bem como o mar pernoitavam sensações de bem estar, e a ansiedade poderia aprender a se afastar do efêmero escorregadio. Ansiedade deveria desapegar e desenrolar, no entanto, jamais perscrutar o caminho do faz de conta e o irreal.
Ansiedade, abra os olhos, veja o mundo como realmente é. Ansiedade, não crie expectativas. Ansiedade, arrisque sem medo e sem joguinhos. Ansiedade nunca se culpe e nem aponte os dedos aos outros, apenas aceite as coisas como são e a dor vai embora. Ansiedade não se desespere pela falta de reciprocidade e nunca espere nada de ninguém. Ansiedade, a vida é uma só, mude por si própria e não tente mudar ninguém. Ansiedade, fique só por um tempo e sinta a si mesma.  Ansiedade, não se martirize e trate de esquecer os outros. Ansiedade se o outro tem dúvidas quanto a ti, tenha certeza por você e decida. Ansiedade se o outro não quer ficar, deixe partir e aprenda a se cuidar.
Ansiedade, na boa, desencana.



O céu abriu em nuvens ao revelar o dia  azul e com cores. Estranho, o tempo foi por muito tempo nublado, parado, ameaçador e amedrontador, bem como introspectivo. A dor da perda estava lá travada em batalhas de não seguir. Não seguir a vida e estagnar em pontos obscuros e a busca iminente do controle perdia-se em maiores dores reveladas de um passado obscuro.
Nada tem controle, nem mesmo o controle por controle se controla. O introspectivo não faria mais sentido, bem como o dia nublado e frio e talvez chuvoso. O vazio alastrava a raiva, culpa, vergonha e deslocava em relações fugazes, viscerais e dependentes. Para que dependência emocional ? Cadê o amor próprio ? Cadê a vida própria ? Para que o medo de perder ? Para que o quê?
Opinião alheia, paranoias, e passos hesitantes, pueril, inocência, para que ?
Abra os olhos, olhe ao redor, o mundo é mais colorido, mais bonito, corra atrás do que verdadeiramente importa, do que verdadeiramente suporta e viva o aqui e agora sem ansiedade. Seja você, seja plena em si mesmo, procure estabelecer metas e sonhos só seus e protele e ature somente sua opinião. Se olhe no espelho e se ama como é. Busque o melhor de você que a autonomia está ali na espreita e esperando ser usada.
Estranho, não existe tanta dependência, carência, ansiedade, o amanhã pode mudar, perder também faz parte do ganhar. Perder é o melhor agora e lá na frente, você vai ganhar o dobro.
Sorria, você é bonita, tolere a si mesmo, tenha gratidão por mais um dia e maior amor por si, e execute o que mais ama fazer.
Amor! Não mendigue a atenção de ninguém, dê o seu melhor, viva o que de fato quer viver e ajude a si mesma. O céu está azul e bonito, a felicidade está ali na espreita e os comportamentos repetidos podem mudar assim como os ventos vão soprar a seu favor.
Entenda que nada é para sempre e até as dores acumuladas também passam e  tudo se supera.
Nada é por acaso, tudo tem motivos, e o céu continua colorido.