Nada é real. Nada é real. Tudo é irreal. Real do irreal. Das penas coloridas ao preto com branco. Do arco-iris à chuva de verão. Do beijo eterno para beijo de despedida. Despedida. Soerguida num mar de grama verde. Tatuada no coração do amor. Com um vestido dançante como o fogo que aquece os olhos. Os pios da aurora silenciados pelos arbustos densos das árvores frutíferas. Ébano? Que lugar de paraíso louco. Os dedos graúdos sentiam a textura das folhas verdes. O corpo maltratado pelos espinhos a prender em machucados da dor. A curiosidade incessante daquele santuário de paz. Como de repente uma música de valsa a tocar paralisa todo o resto. E em meio a clareira ele jazia lá. O chamado da mão, como principe dos contos de fadas, exigindo parceira de dança. Dança. Dança. Não sabia dançar. Ao menos de vê-lo era uma maneira de dançar. Seu sorriso era o ecoar da música. E do nada, quando ia repetir o efusivo de dentes a mostrar, tudo havia desaparecido. Acordar. Grogue. Despertar da fúria. Despertar do real. Para dormir novamente no imaginário.
Despertar para realidade. Adormecer de vida imaginária.


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