Era um ordinário que poderia fazer charme com um cigarro na boca e um copo de uísque segurando com firmeza nas mãos. Ele tinha a pegada que segura você ao mundo. A malícia rebuscava os olhos e enfeitiçava aos beijos que causavam frisson, tesão e um quê de quero mais. Era o tipo que caminhava certeiro entre as mulheres e abria a camisa para mostrar o peito malhado. Era o cara que ouvia música eletrônica e distribuía meu amor para cá ou meu amor para lá. Bem aventurado ele entre as mulheres com o objetivo de comer e não ligar no dia seguinte. E as mulheres ? Ah, elas o cercavam e queriam continuar correndo atrás desse cara intenso e que sabia provocar sensações que um homem respeitoso jamais usaria como artifício para conseguir o que quer. Ele, sinto informar darling, não presta. Ele carrega uma placa perigo no pescoço. Quem enxerga é a vitima que comeu o pão que o diabo amassou. Lhes apresento, ele, o cafajeste.

- Naia Mello.



“Sabe qual é a triste verdade? As pessoas gostam do sentimento de saber que alguém corre por elas. As pessoas gostam de saber que tem o domínio sobre outra pessoa. As pessoas fingem precisar de quem não precisam, pelo simples fato de quererem se sentir amadas. As pessoas apaixonam umas as outras, sem a intenção de estar junto. As pessoas gostam dos finais, e fazem de tudo pra jogar a culpa do outro lado. A maioria não ama, faz amar. E nunca são o que se dizem ser.”


(Sean Wilhelm) fonte: lamiaparticolare.blogspot.com


     

O tempo passa rápido e quando menos notar o sofrimento foi embora. Ele era como um vestido muito especial e ela queria averiguar ao espelho todos os dias se ainda cabia nele. De tanto caber para amar e logo em seguida se doar inteira, os olhos que brilhavam, o coração pesado, o vestido, porém, perdeu a cor. Ai, aquilo que um dia era maravilhoso a sufocou e desalinhou todo o peito. O amor já não fazia sentido. Ela dolorosamente, profusamente assustada, arregalou os olhos diante do espelho e notou que não cabia mais naquele suntuoso vestido. Num impasse, afinal aquela peça era importante na sua vida, resolveu pendurá-lo sem ao menos voltar atrás. Ela pendurou ele nas lembranças. Apesar das feridas estarem cicatrizando, ela não gostava mais dele.




Eu disse adeus quando decidi sumir da sua vida. Eu disse adeus quando terminei tudo porque você não ligava para mim. Eu disse adeus quando apesar de correr atrás de você, optei, logo em seguida, por da gelo, esquecer e não criar expectativas. Eu disse adeus quando vi que você era a repetição de um erro passado. Eu disse adeus quando ignorei você, não respondi suas mensagens, e arranquei-lhe de qualquer maneira do coração. Não era o arrancar de amar. Não, eu ainda amo você. Mas, quando descobri que meu amor era mendigado, implorado e de sentir pena, foi que percebi. Eu disse adeus porque quando vi no espelho, observei que o amor por mim própria deveria gritar mais alto. Ah, como eu gritei por ele, esperneei, chorei e engoli a dor que sufocava o peito e dificultava o meu respirar. Eu disse adeus enquanto as lágrimas quentes escorriam. Eu disse adeus quando disse chega e não o quis mais. Eu disse quando não suportei você seguir em frente. Seria eu egoísta ? Não. É uma luta com o sentimento e o certo a fazer. Eu me afastei e disse adeus com meu silêncio.