Para Verena e meus primos: Fabricio e Monique. Acho que o sítio continua intocado.


     É estranho lembrar. Impossível esquecer. Esquecer infância perdida. Infância nostálgica.  Infância da saudade que mata. Infância do presente. Presente passado.
     Era ser cercada de livros em casa. Nas férias via a imensidão da imaginação. Imaginação completa com música. Música clássica. Depois vê o sítio. Os pássaros entoaram logo sua canção. Sorriso desabrochado no peito. Liberdade. Emoção.
     Eram dois primos e uma irmã.
    Corríamos juntos numa estripulia completa. Soprávamos folhas  e dormíamos, a luz das velas. Velas de dormir cedo. Para despertar com o canto do galo. Aprontar todas. Todas juntos. Em berros estridentes. Lutando contra as forças do mau. Mau dos cachorros perigosos. Cachorros perigosos que foram soltos.
    Para proteger dos estragos sorvíamos leite. Leite salva-guarda do veneno desolado. Desolado de estar numa garrafa de vidro. " Quem mandou mexer naquilo menino?" Dizia repetidas vezes o avô.
    E num dia após o outro, os trovões e as estórias do lobisomem e da caipora manteriam os heróis em casa.
    Era hora de dormir. E um dia acordar.
    Os primos e uma irmã exortaram na infância. Eles apenas ficaram lá. Hoje, cada um seguiu seu estado.    Afinal, os heróis decidiram descansar.


                       Muitos me dizem insegura. No fim das contas sou. Insegura. Insegura de ser segura. Segura quando escrevo. Escrever é me descobrir por preencher. Ainda não sei exatamente quem sou. Exatamente de escrever para descobrir segurança. Quando escrevo as vozes zombeteiras se calam. Não adiantam as críticas pesadas. Críticas pesadas dos que se dizem "amigos". Não adianta. Eu sei a segurança de escrever. Porque escrevendo tenho o mundo nas mãos. Mundo de humildade. Verdade. Segurança de ser insegura.
                        Vejo o céu. Céu crepúsculo.  Música de Christina Aguilera. Escuro de quarto. Quarto tão escuro como céu. Segurança na certeza que sabe. Sabe onde caminho irá dar. Não importa o que digam. Quando escrevo sou segura da raiva ou ódio. Ódio ao certo luta. Luta diária. Não menosprezo os outros. Tampouco acho que tenho as melhores das escritas. Não sou o dono do mundo. Nem o sucesso da vontade. Apenas escrita de talento.
                       Talento da humildade. Eu quero escrever e ponto. Ponto de tudo que sei fazer. Fazer de talento é escrever.
                     E só. Escrita de talento. Tenho talento. Para arrumar desejos em palavras. Segurança da insegurança arrumada. Arrumada em palavras.
                   E só.


                 Ouvindo música de Taylor Swift. Conversas paralelas no andar abaixo. Gargalhadas a solta. Acordar cedo. Tão cedo de suspirar meio grogue. Grogue de sonhar acordada. Ou sonolenta? Estica bem as pernas e pássaros penetram chilreantes. Inspiração clara e forte. Clara do sol que cobre suas pálpebras. Café sob o prato. Prato de olhar em volta e vislumbrar a cor da parede. Olhos vedados de indagações. Pula a cama e boceja arqueando cada músculo. Músculo que move a boca.
                  O cedo dá inspiração. O cedo é cedo. O cedo o faz pensar.
                  Cedo é pensar.


Ouço a música
Música de ler a um blog qualquer
Qualquer como abrir novos horizontes de tentativa.

 Janela aberta
 Aberta como minha vontade de tentar
 Tentar ao escrever uma poesia Lorena.  
 


                                                                              Olhos arregalados
                                                                                Sentimento exausto
                                                                                 Exausto de tentar

                                                                                 Tentando que se aprende
                                                                                 Tentando conhece gente
                                                                                                      Gente que aprende a ser mais forte e diferente.

ps: escrever poesia nunca foi meu forte. Eu realmente me inspiro lendo meus blog's preferidos. Principalmente, as coisas que estão a meu redor e as causas e efeitos do interno.


     Eu realmente demorei a tratar desse assunto. Desse marco. Marco da minha adolescência. Não sei os limites do tamanho desse texto, mas espero ser o suficiente para entusiasmar minha afobação.
     Harry Potter tem a estréia no, exato, dia: 19.11.2010. Ou seja, sua primeira parte de uma seqüência. A franquia levará milhares e milhares de pessoas para as salas, lotadas, de seus respectivos cinemas. Mundiais.
     Porém, não é do filme que quero tratar.
     Não é.
     Na verdade, foi o livro que marcou minha adolescência. Eu cresci lendo os livros da saga. De certa forma, me ajudou a buscar novos livros. Novos horizontes. No tempo devido. Foram, ao todo, intermináveis finais de semana, dias e noites, meio ou começo, lendo e relendo cada um dos livros. E se prendendo ao cerne da estória.
     No fim das contas valeu a pena esperar alguns redondos anos. Acho que ao final de tudo, a ficha irá cair.
     Sob medida.
     Sob uma medida.
      O que vocês acham da série? Já leu algum livro dela? E o filme?


               A estrela sorria calada. Sorria de apenas ouvir. Uma música tranquila. Tão tranquila quanto os textos lidos. Lidos como os livros sob a mesa. A mesa da profunda poesia. A estrela não sabia falar. A estrela sabia amar. Somente. Ou ouvir. Os três livros sob a mesa tranquila como aquela música.
              O grampeador que abocanhava o computador. Computador hirto de ser próximo da estrela. Estrela que pisca atrás da janela. Estrela da certeza. Tão certa que após fechar o livro. Livro da caixa de som. A estrela entenderia. Ela havia amadurecido.
              Nunca foi pelo fato de agir com infantilidade. Nunca. Nunca de magoar as pessoas. Sem necessidade. Irritabilidade. Palavras sem sentido. União de bobagens.
             Nunca.
             De uma coisa só tenho absoluta certeza. Essa estrela é bem adulta.
              Ela havia amadurecido.


                    Não é o fato de gritar. Não é. É xingar e estraçalhar. Estraçalhar de nunca compreender. Me compreender. Porra. Droga. É a inútil inexistência. O que eu sou para você? Seus vícios. Vícios de atitudes nada engraçadas. Impensadas. Tolas. Cansam. Cansam de representar uma máscara. Máscara que não é você. E é você. Quantas vezes disse que faria? Qual o problema da confiança? Confiança de achar uma boba e criança.
                  Sorriu de criança tola que cansa. Cansei desse papo. Cansei de seus gritos. Cansei da inexistência. Inexistência da falta. Falta o quê? Cair aos seus pés? Acreditar nas suas crendices? Eu tenho meus sonhos. E acredito neles.
                Não sou louca. Ou será que sou? Louca de acreditar no novo. Novo de ser a mim. Sou o novo do impensado. O novo da inexistência. Chega! Farta. Os sábados são uma eterna droga. Ou o final de semana inteiro? Ah! Eterna de não acabar nunca. Nunca são os livros. Livros de música em meus ouvidos.
                 O que me resta é rir. Rir para esperar.  É, o sol nasce amanhã. Enquanto isso, me perco inteira no céu estrelado. Inexistência. O céu representa o elo da saudade daquela tranqüilidade.