Ps: Apresento uma estória de sete preciosos capítulos. Cuidem bem dela. Espero que gostem de Eliza.


                   Havia refletores em todo ginásio. Ginásio. De refletir ninguém pensava em faze-lo. Somente estavam dançando com seus pares. Numa pista de madeira decorada com balões coloridos e fitas aprumadas num laço perfeito. De perfeição cabia os trajes a rigor. Homens de terno e gravata e mulheres com sorrisos estufados de colorido para o salto incrustado a batucar no piso. O mesmo de entreter os longos vestidos de costas nuas e babados engomados.
                   Ao zumbido eu vos apresento a música de valsa. E muito pior. As vozes aglomeradas. Aglomerações estas de um tempo que havia se passado. Meus tempos de colegial. Mais precisamente no 3ª ano. E eu devia estar sonhando. Mas lá jazia eu, Eliza, minúscula em meio aos gigantes. Gigantes estes que nem sequer podem engolir. O perigo eminente perscrutava na menor das intenções.
                  O perigo. De súbito congelei. Coração retumbando na boca seca. Água, eu necessitava dela. Não! Eu tinha que sair imediatamente dali. No entanto, ainda não descobri o remédio de fugir dos próprios sonhos. Ou pesadelo naquele caso.
                  Única de vestido vermelho, os ombros nus, formando um grande V nas minhas costas. As ondas de babados tomavam de inicio na bainha até o fim do ciclo do pano de veludo. Vermelho. Ciclo. Assim como o salto de tanger barulho, meu cabelo preto inteirado num cocó bem apertado zunia. Meu pulso latejava. A quem devia esperar? O pior? Ou?
                 Ele. Meu coração parou. Minha respiração prendeu na garganta. Ele. Me afastei. Quase correndo exigindo das pernas de chumbo que obedecessem a menor das ordens. Os risos transmudaram em uma canção da morte. E esgueirando-se aqui e esbarrando nas pessoas, repetindo para mim mesma "é só um sonho. Mais um daqueles loucos. Você vai acordar." Todavia eu tinha convicção que era algo a mais do  que um daqueles sonhos simples. De sonho ao pesadelo cruel. Com ele. Novamente. Diariamente.


Continua....          


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