O sol estalou no alto, a vida virou do avesso, aquilo que ela não sonhava mais tinha retornado. Aquilo que ela havia superado, tinha retornado. O sentimento estava diferente, havia um vinculo, uma ligação forte, mas estava morno. Não causava mais ebulição e vontade de estar sempre junto, ou grudar e falar a todo momento. Seria amor?
Aceitava o outro como era, chato, cheio de manias insuportáveis, mas que tinha boas qualidades também. Tinha carinho, sabia ouvir, era engraçado, mas as vezes parecia um velho rabugento. Mudava de opinião, era amigo, aconselhava. Seria amor?
O sentimento era algo dentro do peito forte que não sugava para baixo ou para cima, o sentimento ficava centralizado e fazia pensar na pessoa quase 24 horas por dia. Seria amor?
Havia escolhas a serem feitas, ela precisava decidir com quem ficar. Ele foi embora e surgiu outras pessoas na vida dela. Então ele voltou. E agora?
Ela estava deixando o fluxo da vida seguir. Ela estava mais esperta, menos boba apaixonada e cega, mais consciente e pés no chão.
A vida tem dessas surpresas e reviravoltas. Ela vivia como a ilha, o mistério a rondava, e o coração inundava como o oceano. Ela ainda precisava lidar com a expectativa criada, ansiedade surgida, e querer controlar o outro, tudo pelo medo de perder. Mas nessa vida, nada tem controle, as pessoas ficam porque querem e vão embora pelo mesmo motivo. Cabe ela se aprimorar, lapidar e encontrar seu time certo.
O seu time era a ilha, pequena e cheia de mistérios e trazia reviravoltas inimagináveis.


Como uma luz no meio do escuro. Uma luz distante. Uma luz que fazia vê ele em todos os lugares. Uma luz que fazia vê ele em cada pessoa que passava a distancia. Uma luz que fazia vê ele em cada carro. O sentimento era o mesmo: enlutado em falta. Mas, sabe, tudo passou. A agonia, a ilusão. A dúvida.
A luz transformou a dor em nada. A luz transformou a raiva ou ódio em nada. A luz acendeu algo interno e mudou a única pessoa que ficou: ela.
As vezes fazia falta, as vezes sentia vontade de procurar. Mas engraçado, que até o número dele ela perdeu. Ela esquecia pequenas coisas, perdeu até a identidade. Perdeu a si mesma e encontrou-se numa outra pessoa.
Ela era mais sábia, esperta e se colocava em primeiro lugar. Ela dizia quantos "nãos" fossem necessários para seguir em frente.
Lá estava ele intacto, sem envolvimento nenhum, seguindo em frente como se nada tivesse acontecido. Lá estava ela, catando os pedaços que restou, transformando em rocha, dando oportunidade a outras pessoas, se dando a oportunidade de crescer. As lágrimas transformaram nas madrugadas frias e quentes, a música foi a única salvação encontrada para suprir a ausência.
A ausência de quem sempre foi ausente e nunca foi presente. Ele foi um passageiro que ela colocou como piloto da própria vida e decepcionou nessa viagem chamada paixão.
Engraçado, que ela sentia como se nada tivesse ocorrido, e sentia como se ele, apesar de ser igual a ela, não tivesse nada a ver com ela.
Tudo foi como um jogo idiota. Ela perdeu na própria sombra, apesar da luz está lá na sua cara e a cegueira tampar tudo.
Ele se foi. Ela se fez luz. Ela se refez autentica. Ela se refez por si mesma.


Foi preciso chegar no fundo do poço para saber que tinha salvação;
 Foi preciso correr atrás, pedir para voltar e efetuar inúmeras tentativas de reaproximação afim de obter certezas para saber que continuaria com dúvidas;
 Foi preciso criar grandes expectativas de que ganharia o afeto para entender que o afeto é conquistado e não cobrado;
Foi preciso correr em percalço do sim para entender que deveria dizer não;
Foi preciso perder a dignidade e agir pateticamente para entender que o único amor que deveria existir era o próprio;
Foi preciso esperar para entender que se surpreender é muito melhor;
Foi preciso quebrar a cara pela mesma pessoa várias vezes para perceber que deveria se afastar e buscar a paz interior;
Foi preciso sofrer para entender que algo dentro de si estava faltando e deveria melhorar;
Foi preciso ficar na dúvida para entender que deveria ir atrás do que optava pela certeza;
Foi preciso se importar demais para entender que deveria se importar de menos;
Foi preciso se impor para entender o quão difícil era deixar ir de quem sentia afeto;
Foi preciso ser idiota com os outros para compreender quando estavam nos fazendo de tolos;
Foi preciso entender que nem sempre ele volta por querer reatar para entender que ele fazia isso para mantê-la por perto como reserva;
Foi preciso ser dura finalmente para entender que deve lutar por si mesma e deixar a vida fluir;
Foi preciso fechar a boca e ver o que realmente deveria ver e entender que nem tudo é como se quer;
Foi preciso deixar partir para entender que a felicidade depende de si própria e que ele volta quando você seguir em frente;
Foi preciso conversar e seguir a intuição para entender que tudo tem seu momento certo e a vida reservara o melhor;
Foi preciso repetir os mesmos erros até entender que os resultados seriam os mesmos;
Foi preciso mudar de atitude para perceber que por mais que doa é para frente que se anda;
Foi preciso gritar por dentro, embriagar-se e perceber que tudo é passageiro;
Foi preciso focar em si mesma para entender que os relacionamentos funcionam assim;
Foi preciso perceber que tem dias difíceis e fáceis, mas tudo deve encontrar uma forma de lidar;
Foi preciso entender que ninguém fica no fundo do poço para ver que a vida mora aqui dentro e pode ser colorida e independente;
Foi preciso sentir raiva, magoa, dor, para entender que tudo isso nos transforma no lado melhor;
Foi preciso viver tudo até hoje para se aproximar da nossa melhor versão;
Foi preciso viver como deveria ter vivido para se colocar em primeiro lugar;
Foi preciso esperar aquela mensagem e criar minima expectativa para entender que deve seguir em frente;
Foi preciso subir todos os degraus para notar que é onde você deveria estar;
Foi preciso entender que não se deve controlar os outros e deixar a vida fluir;
Foi preciso entender que a vida pode ser simples e os seus problemas pode não ser maiores que o do vizinho;
Foi preciso se importar para entender que não deve se importar para viver conforme queira;
O querer é poder;
Portanto queira o melhor para si, queira a sua dignidade e amor próprio e entenda que todo mundo erra, mas tente melhorar na próxima vez, sua auto estima agradece.