Desarmonia demonstrada ao som do mar que atravessava suas ondas dissonantes ao flutuar na maré com idas e vindas. Não havia som, na verdade, o silêncio incomodava e a saudade do que poderia ter sido e não foi.
Sinto muito, ela sentia falta, olhos amendoados travados na batalha da perda. Ela perdeu de novo. No entanto o ganho no futuro abriria os olhos em coisas grandiosas.
Ela sonhou com ele, num emaranhado diferente de rostos conhecidos e desconhecidos. Era como se fosse outra pessoa, mas os sentimentos eram o mesmo. Não era ele e os sentimentos eram dele. Estranho, o apagar do travesseiro eles estavam juntos, mas no despertar da realidade ela estava sozinha novamente e distante num mundo só dela e resignada na tristeza da falta e na falta do calor dos seus braços.
Tudo não passou novamente de uma ilusão? Tudo não passou de uma trajetória solo como ela sempre fez nesses relacionamentos em que um gostava e o outro não. Era o sentimento que ela não permitia que tocasse porque sentir doía e a distancia era mais segura e plena.
No entanto, a distancia era uma mentira, e o sentimento de tristeza era a forma que seu corpo encontrou porque não tinha controle sobre ele e a vontade de fugir daquilo era maior que tudo.]
Fugir. Ela sempre fugiu e nunca se permitia a nada e quando finalmente fluiu, ela libertou-se em aproximar das pessoas e sentir suas energias, bem como aceitou o fato que nada é para sempre.
Nada é para sempre, tudo passa e incluindo a tristeza. Perder? Fugir? Isolar? Não se responsabilizar?
Cade a verdadeira saída? Cade o verdadeiro sentido disso tudo?
A saída foi aprender e sentir que nada e tarde e tudo volta para nós mesmos de uma forma positiva. Nada de conformismo ou sentir raiva ou magoa pela outro, na verdade o sentimento de libertação e que tudo tem ponto final e o sorriso ao fim era a resposta que na vida tudo vinha por algum motivo.
As decisões eram a reta final e proporcionariam a mudança estampada no rosto e nos comportamentos que nunca revelam a mentira das palavras que mal balbuciavam.
Ela não procuraria ele. Ele não procuraria ela. E ali, numa noite em que os corpos desnudados encontraram sua finalidade em meio ao prazer e conversas no fim das contas definitivas.
Ele não gostava dela, ela gostava dele. A equação parecia simples, sem ledo engano, sem ser feita de boba, ninguém é bobo. Alguém sobrou. Ela sobrou.
Mas na nova perspectiva, ninguém sobrou, tudo se completou até onde tinha que dá. Aqui deixo o adeus que não tive coragem de dizer, aqui deixo o meus sentimentos atrelados aos beijos roubados e as saídas doidas, aqui deixo a tristeza e a sensação de perda e as fugas. Aqui deixo meus sentimentos e aprendizado que tudo se renova e não precisa transferir aos gatilhos negativos. A vida é difícil, não se entende agora, mas lá no futuro se compreende que tudo não passou de um piscar de olhos.
Vai lá, ela ficaria aqui mudada e inteira e seguindo sua vida normalmente e permitiria outros nuances e outras vivências. Você pode ir agora mesmo se quiser, ela não vai te prender ou controlar, afinal ela não precisa disso.
Ela não precisa da sua discrepância.  


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