Os medos ainda persistiam, bem como a ansiedade que assolava a cada momento e criava situações que não existiam. Nunca existiu. A existência era temporária afinal a permanência causava sofrimento e ela não queria sentir.
Ela não queria sentir medo. Ela não queria sentir desassossego. Ela não queria sentir perda do controle da situação. Ela não queria as mudanças que assustavam. Ela não queria viver mais aquilo. Ela não queria gostar, se apaixonar ou amar alguém e tampouco que alguém permanecesse em sua vida por muito tempo porque aquilo assustava e dava medo.
Então, ela perdia-se em rolos temporários e caras que partiriam rapidamente. O incerto a assustava, bem como o certo a fazia perder o controle e sentir alguma coisa que a deixava sem defesa alguma. Era como se pudesse tocá-la profundamente, quando na verdade ela queria se afastar e comprar qualquer desculpa para fugir.
O temporário era sua zona de conforto. Já, o permanente a fazia sair da zona de conforto e permitir o toque. Nada tinha controle e tudo acontece porque deve acontecer. O tempo muda as pessoas bem como transmudam as pessoas de posição. Se a Terra gira, as pessoas giram, os acontecimentos giram e avançam para aprendizado.
O controle e a infantilidade eram as maiores armas para enfrentar o medo da perda e rejeição. No entanto, no limiar da situação, existiam outras formas de viver que era permitir que tudo acontecesse na maior paciência do mundo e apesar dos gatilhos do medo, ser feliz é possível, bem como encontrar formas de lidar com os temores e meios de mostrar quem realmente era através da permissão da aproximação das pessoas e viver para si própria em primeiro lugar.
Nada melhor que perder o medo e finalmente descobrir que quem realmente importa é a si própria.
A perda é colocar-se em primeiro lugar e quando for olhar no espelho e sustentar o olhar, não se rejeitar e buscar formas de se amar do jeito que é.
Só ela que importava e isso bastava.


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