O tempo passa rápido e quando menos notar o sofrimento foi embora. Ele era como um vestido muito especial e ela queria averiguar ao espelho todos os dias se ainda cabia nele. De tanto caber para amar e logo em seguida se doar inteira, os olhos que brilhavam, o coração pesado, o vestido, porém, perdeu a cor. Ai, aquilo que um dia era maravilhoso a sufocou e desalinhou todo o peito. O amor já não fazia sentido. Ela dolorosamente, profusamente assustada, arregalou os olhos diante do espelho e notou que não cabia mais naquele suntuoso vestido. Num impasse, afinal aquela peça era importante na sua vida, resolveu pendurá-lo sem ao menos voltar atrás. Ela pendurou ele nas lembranças. Apesar das feridas estarem cicatrizando, ela não gostava mais dele.


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