Afrânia era rude e dizia a pratos limpos. Uma vez, na adolescência assustara os pais ao se talhar de preto; dos pés a cabeça. As pessoas adoravam Afrânia e depositavam expectativas que talvez nunca seriam cumpridas. A expectativa, traiçoeira, machucavam garotos ao redor.  O cumprir passeava no doce veneno que corrompiam as palavras daquela garota.
                      Ela, muitas vezes, perdera alguém especial e por isso tinha de ser forte. O quê ninguém sabia se constava na força daquele olhar muito sofrido. Ela tinha ânsia e amigos queridos.
                     Fugir para ela de qualquer relacionamento sério era uma questão de honra. O honra de desafiar o coração apagado. Quando ela amaria alguém de verdade?
                     Quantas pessoas a mais a enganaria novamente?
                      De enganar, Afrânia amava a família e o querido irmão.
                      Na verdade, de família a vulnerabilidade atacava todo o canto daquele corpo. A dor corroía por dentro. O dentro de dilemas até as lágrimas secarem. Olhos vermelhos e suspiros escondidos.
                      O esconder perdurava mesmo no danado do coração.
                       Afrânia estava gostando de alguém. Mas, desta vez, o gostar buscava a maré baixa.
                       Afrânia, finalmente, depois de muito tempo, aprendeu a valorizar a paciência.
                       A paciência do "deixar rolar" nunca foi tão importante.


4 Comentários

  1. Aiiii gostei isso, muuuito! hahaha

    Concordo heih, com essa tal Afrânia! rs

    Beijos!!!!

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  2. ' Fugir para ela de qualquer relacionamento sério era uma questão de honra. O honra de desafiar o coração apagado. Quando ela amaria alguém de verdade? '

    pois é, me identifiquei, só que hoje posso dizer que amo alguém de verdade. e isso me faz muito bem.
    .. que Afrânia, um dia deixe-se levar pelo coração..

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  3. uma hora ela acaba amando de verdade. só não se pode querer apressar isso. e sim, até eu ando aderindo a paciência do deixar rolar. talvez seja uma boa. um beijo

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  4. Naia, sempre fico impressionada com o sentimentalismo e realidade em seus textos. Todos possuem sua liberdade... Literalmente embriagante.

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