Os dias passam intocáveis. O intocável de não sentir. Ela não sentia nada. Mecanicamente estudava o farto da exaustão. Falta maior dedicação na segunda unidade. A unidade de menos neura. Xó neura, xó dietas loucas. Livre e dona de si novamente. O espelho não dava ares de repulsão.
            Quanto tempo deixou de olhar o sorriso? O corpo? O cabelo?
               O deixar para trás as ruinas da auto-estima.
               Cobrança. Força. Frieza.
               O frio embebia a derme e o coração. O coração mais real. O real de pés no chão.
               Esqueça paixões fúteis. O olhar recobria a si. Ela estava solteira.
               O tempo de solteira de entender a si própria. Dane-se o quê os outros pensam. O pensar causava dependência. Sobretudo, dependência da prisão.
                Ela há muito que saiu da clínica de reabilitação. A reabilitação da força de vontade para retornar a si novamente.


4 Comentários

  1. tem gente que tem pavor a 'solterisse'!
    eu até que gosto. não vou dizer que é um estado perfeitamente confortavel, mas é bom. é bom para descobrir um pouco sobre você msm.

    adorei.
    ;*

    ResponderExcluir
  2. Ficar sozinho também pode ser bom, hoje o povo tem pavor de ficar só, mas também não querem nada com nada e quando querem é mais por medo de ficar só que outra coisa...
    Beijos

    ResponderExcluir
  3. "O reaparecer do cinismo " estou com saudades"."
    Se não tivesse lido 3 vezes diria que era sobre mim. ( apenas por ter vivido o mesmo)
    Adorei, e lindo! Muito mais sentido do que eu alguma vez poderia dizer.
    Es brilhante como escritora. Continua!

    ResponderExcluir