Era fácil falar dos outros. Era fácil falar do que não sentia. Era fácil apontar o que não pertencia. Era fácil projetar o que não queria. Era fácil olhar ao espelho e notar o quanto ela mudou.
Ela mudou. Havia algo estranho e diferente nela ao mesmo tempo. Havia algo único e uma luz própria que invadia o corpo e dava-lhe presença e a revelação do onipresente no coração alheio. Era tão fácil decair na insegurança, possessividade e ciúmes loucos, bem como emergir da controle. Ela queria constância em si mesmo e decisões firmes sem medo da mudança e do que precisa ficar.
Ela olhou no espelho e notou que precisava de si própria e isso bastava. Ela era anjo e ao mesmo tempo cheia de defeitos. A fase princesa foi embora e ficou o ar leve e a pluma do olhar de quem bastava por si mesma. Ela sorriu e vislumbrou no espelho o único amor da sua vida, ela própria.